sexta-feira, 2 de julho de 2010

Bombeiros de Caxias do Sul narram operações de resgate

SITE JORNAL O PIONEIRO - Caxias do Sul

Para lembrar o Dia dos Bombeiros, o Pioneiro reconta três histórias nas quais a ação dos servidores em Caxias foi decisiva para salvar vidas e o patrimônio das vítimas. Entre as centenas de casos atendidos pela corporação em Caxias nos últimos meses, o jornal resgatou três histórias nas quais a rapidez, a coragem e a obstinação dos servidores foram decisivas.Um dos casos retrata uma família do bairro Pôr-do-Sol. Graças à ação rápida dos bombeiros a casa de madeira em que os Daros moram, na Rua Venâncio Antônio Guaresi, foi salva das chamas. O incêndio destruiu completamente uma casa vizinha, às 7h15min do dia 10 de abril, um sábado.Os bombeiros que atenderam à ocorrência calculam seis minutos o tempo levado para chegar ao Pôr-do-Sol.

— Tenho muito a agradecer a eles (bombeiros). Sempre pensamos que não vai acontecer com a gente — comenta Willian Daros, 26 anos.Na manhã de terça-feira, o casal e os filhos receberam a visita de um dos bombeiros que evitou a perda do patrimônio. Com 18 anos de trabalho na corporação e pai de uma menina de 12 anos, o sargento Marcelo, 40, abraçou a família com a satisfação do dever cumprido.

— Muitas vezes o pouco que as famílias têm é tudo. É com esse pensamento que entramos no caminhão — emociona-se o sargento.

A segunda história conta o salvamento de dois homens que limpavam uma caixa d'água, no centro de Caxias, na manhã de 10 de junho passado. Henderson Semprebon, 32, e Leandro Gabrielli, 36, intoxicaram-se com tinner industrial e foram salvos pela equipe do sargento Pedot, 36.Uma moradora de um prédio vizinho viu quando Leandro saiu cambaleando da caixa e percebeu que algo estava errado. Naquele momento, Henderson e Leandro começaram a ser salvos. Nos três minutos seguintes a equipe comandada pelo sargento Pedot chegaria para o salvamento. Henderson, em situação mais grave, ficou nove dias no hospital.

— Achei que ele morreria, estava com os pulmões pretos, de tanto aspirar tinner — confidencia Pedot, há 17 anos na corporação.

— O que esse cara fez por mim não há dinheiro no mundo que pague — reconhece Henderson.O terceiro caso relembra a história do pedreiro Rudinei Alves de Andrade.

O rapaz de 20 anos ainda se recupera dos graves ferimentos sofridos nas pernas em decorrência de um acidente de trânsito acontecido por volta das 18h da sexta-feira 13 de novembro passado. O jovem dirigia um Monza e despencou de uma altura de 20 metros, caindo no arroio Tega.

— O carro parou bem na beiradinha da pista e, quando fui abrir a porta para sair, tirei o pé do freio e o Monza desandou para baixo — narra a vítima.

Sem saber quantas pessoas estavam no carro e qual a situação delas, os bombeiros se deslocaram do Centro e chegaram em quatro minutos ao Tega. O nível do arroio estava alto. Os bombeiros se dividiram, lembra o sargento Mário, 38. Enquanto quatro percorriam as margens do Tega para ver se alguma vítima havia sido levada pela correnteza, outros dois amarraram cordas no caminhão e desceram os 20 metros.Em um certo momento, perceberam que Rudinei havia conseguido se agarrar em alguns galhos perto de uma cachoeira. O Monza estava submerso. Mesmo ferido, o rapaz conseguiu abrir a porta.

— Cheguei perto e vi que ele estava muito ferido nas pernas e se esforçava muito para ficar agarrados nos galhos e em uma pedra. Se houvesse um pouco mais de demora, ele não suportaria e se afogaria— relembra Mario, 11 anos de corporação. Rudinei pouco recorda do que aconteceu, mas lembra das palavras de um bombeiro:

— Ele me disse que eu tinha nascido de novo justamente em uma sexta-feira 13.

Por Daniel Corrêa

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