quinta-feira, 22 de julho de 2010

24 horas contra o crack

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Caxias terá ambulatório para desintoxicação aberto dia e noite a partir de setembro

Caxias do Sul – Até setembro, o município terá um serviço ambulatorial 24 horas para desintoxicar viciados em crack. A medida é um importante avanço para conter a epidemia que já arrastou pelo menos 4 mil moradores de Caxias para o vício nos últimos sete anos. A quantidade de dependentes da droga se refere apenas a homens e mulheres que buscaram ajuda na rede pública. O total de viciados, porém, é desconhecido, uma vez que boa parte não procura auxílio.

O serviço é inédito no Estado e pode amenizar um dos maiores problemas no combate à epidemia: a falta de continuidade no tratamento. No Rio Grande do Sul, a desintoxicação feita em ambulatórios mantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é oferecida somente em horário comercial. Em Caxias, por exemplo, a referência é o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Reviver, no bairro Cinquentenário. Hoje, o viciado ingressa na unidade pela manhã, recebe medicação e passa o dia monitorado por uma equipe. No final da tarde, o paciente tem de deixar o Caps. Na maioria das vezes, ele não retorna no dia seguinte para continuar a desintoxicação.

Para reverter essa situação, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) ampliará o atendimento nas 24 horas e aos finais de semana. O diferencial é a possibilidade de o paciente permanecer internado no Caps enquanto durar o tratamento, o que diminui a evasão. Posteriormente, ele poderá optar em participar das oficinas terapêuticas no centro. O viciado não precisará ser encaminhado por um médico, basta procurar a ajuda. No Caps, um médico avaliará a situação. Como não existe serviço semelhante no Rio Grande do Sul, a secretaria se espelhou na experiência adotada em Campinas (SP).

Conforme a coordenadora da Política de Saúde Mental de Caxias, Maria Vergínia Fagundes Agustini, o Caps foi reestruturado para se adaptar à demanda. Atualmente, apenas quatro leitos estão em funcionamento, mas em setembro outros seis leitos, já construídos, ficarão disponíveis. Os equipamentos e os servidores contarão com recursos usados em hospitais. Casos mais graves, porém, continuarão a ser tratados no Centro de Dependência Química (CDQUIM) do Hospital Parque Belém, em Porto Alegre.

– Não abrimos o atendimento 24 horas ainda porque não temos pessoal suficiente na área de enfermagem. Será preciso distribuir servidores nas escalas para o plantão. Isso deve ser resolvido ainda neste terceiro trimestre – diz Maria Vergínia.

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