terça-feira, 24 de agosto de 2010

Fumaça sem monitoramento

JORNAL O PIONEIRO

Queimadas não só modificam a paisagem como também podem provocar problemas respiratórios

Caxias do Sul – A poluição visual provocada por queimadas nos campos da Serra e no restante do Estado pode ser vista desde domingo. O que ninguém sabe é a quantidade de poluentes presentes, já que Caxias do Sul, por exemplo, não possui nenhum aparelho de medição da qualidade do ar em funcionamento. A estação meteorológica do bairro São José está com os esquipamentos estragados. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), responsável pelo controle da poluição atmosférica, diz que o mesmo problemo na maioria das cidades onde atua, inclusive em Porto Alegre.

A medição mais próxima foi feita em Canoas, na tarde de domingo, e contabilizou um Índice de Qualidade do Ar (IQAr) na marca de 75, ou seja, regular. Para uma pessoa saudável, este tipo de poluição não representa tantos riscos. Os que sofrem com doenças respiratórios, porém, principalmente crianças e idosos, podem ter seus problemas agravados.

– Qualquer alteração no clima pressupõe risco maior. Com tempo seco e fumaça, há maior probabilidade de se desenvolver alergias, como rinite, e complicações como pneumonia – destaca o médico João Luiz Kras Borges, pneumologista infantil do Hospital Geral.

Saber o grau de influência do ar de Caxias na ocorrência dessas doenças é que fica difícil. Conforme o diretor técnico da Fepam, Flávio Wiegand, os equipamentos estão em manutenção.

– Isso já faz mais de anos. A estação tinha dois equipamentos, de medição de material particulado fino e dióxido de enxofre, mas os dois não estão funcionando. Praticamente toda nossa rede está com problemas – explica.

Em matéria publicada em 2007, o Pioneiro já constatava que o aparelho não funcionava havia cerca de um ano e meio.

– Existe uma verba disponível e dentro de alguns meses estaremos adquirindo novos aparelhos para substituir os que estão condenados – disse Wiegand.

O Secretário Municipal do Meio Ambiente, Adelino Teles, não pretende depender apenas da Fepam para diagnosticar a qualidade do ar no futuro.

– Queremos colocar quatro equipamentos para medição em regiões diferentes da cidade. Temos projeto e estamos tentando conseguir verba federal com o Ministério do Meio Ambiente – afirma Teles.

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