segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sobram vagas em Caxias do Sul, mas falta de qualificação impede preenchimento das funções

SITE DO JORNAL PIONEIRO - Caxias do Sul

A indústria caxiense retomou o vigor a partir deste ano, aumentando as vendas e, por consequência, a produção. Para dar conta de atender o mercado, muitas empresas estão abrindo espaço para novas contratações. A boa notícia, no entanto, revela um dado preocupante: a falta de qualificação dos trabalhadores.

Não há dados exatos sobre a necessidade de profissionais em Caxias, mas um levantamento do Pioneiro junto aos setores metalmecânico e do vestuário, por exemplo, apurou que existem cerca de 3,6 mil postos de trabalho aguardando pessoas treinadas para assumi-los.

— As empresas até gostam do meu currículo, porque já tenho certa experiência, mas, como não fiz determinados cursos, acabo ficando na fila de espera. Na última entrevista, o gerente de uma empresa me disse que, se eu soubesse LID (Leitura e Interpretação de Desenho), certamente, seria chamado. Depois desse dia, resolvi fazer o curso — conta o estudante Gustavo Prezzi, 22 anos, que está sem emprego formal há cerca de um ano.

Na Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social/Sistema Nacional de Emprego (FGTAS/Sine), o atual coordenador, Antonio Pescador, também confirma que os postos surgem, porém não há procura de parte dos trabalhadores. Para a função de açougueiro e torneiro CNC, por exemplo, sempre há empregos.

A solução para o empasse, concordam especialistas, é a qualificação. Demonstrar interesse em aprender, independentemente da função que exerce ou deseja exercer, revelar comprometimento em relação ao trabalho e investir em estudo são algumas das dicas da diretora financeira da InovaRH, Eliane Vanildo da Silva.

Vagas de difícil colocação

No setor da indústria: torneiro CNC, serralheiro, soldador, pintor a pistola e montador. Para ter ideia, na terça-feira, dia 22, havia de 15 a 20 vagas abertas para soldador. A proposta salarial oferecida pelas empresas cadastradas no Sine para essa função varia de R$ 800 a R$ 1,2 mil + benefícios.

Na construção civil:pedreiro, carpinteiro e ferreiro. Só de carpinteiro, há cerca de 20 vagas abertas. A média salarial proposta é de R$ 1 mil + benefícios.
No segmento alimentício: açougueiro, padeiro, pizzaiolo, confeiteiro e cozinheiro. Para cozinheiros, há 20 vagas abertas. O salário para essa função varia de R$ 550 a R$ 900.

No setor de confecções/vestuário: cortador de roupa e costureira. Para costureira, estão abertas de 10 a 12 vagas e o salário vai de R$ 650 a R$ 800 + benefícios.

Vania Marta Espeiorin

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